Mauro Fainguelernt

O Apego ao Vivo - L’attachment au vivant - Attachment to the living Paris, Université Paris Descartes - Musée d'Histoire de la Médecine

Fotógrafo, Escultor e Arte Educador

Fotógrafo, escultor e arte educador, Mauro Fainguelernt formou-se nos anos 1980 na Escola Nacional de Belas Artes/UFRJ com Bacharelado em gravura; ampliou sua área de especialização em cursos na Escola de Artes Visuais/RJ, Ateliê de Gravura Dionísio del Santos/MAM-RJ, Ateliê de Gravura em Metal/Museu do Ingá, Technical Institute of Sculpture (New York/USA), entre outros, e concluiu sua Licenciatura em Artes no Instituto Metodista Bennett/RJ.

Como professor, palestrante e coordenador de artes e fotografia, dedicou-se a vários projetos sociais, tais como Observatório de Favelas/Programa Rotas de Fuga, Raízes em Movimento, Escola de Fotógrafos Populares, IV e V Encontros de Inclusão Visual/FotoRio 2007/2009, Casa Daros, Talentos da Vez, Projeto Cirandarte/Tear e Arte Portas Abertas, sempre buscando oferecer às comunidades carentes acesso a práticas criativas que resultassem na ampliação das possibilidades individuais dos participantes, além de contemplar sua inserção social através de atividades até então restritas às regiões mais favorecidas.

Dando curso à sua trajetória artística, participou de inúmeras exposições nacionais e internacionais como escultor e fotógrafo, buscando um diálogo entre os objetos construídos pelo homem, seus instrumentos, suas tecnologias e a reprodutibilidade da imagem. Atualmente é mestrando na Escola de Belas Artes/UFRJ e coordenador do núcleo de fotografia da Escolinha de Arte do Brasil, onde mantém oficinas de método Pinhole.

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A Teia do Mercado

Les Toiles du Marche (As Teias do Mercado) realizado este ano, durante a feira de arte Arco, em Madri, é um conjunto de quinze fotografias (50 x 75 cm), ou, mais especificamente, retratos de varras pessoas que têm participações importantes no mercado: colecionadores, marchands, críticos, leiloeiros, artistas, etc. Desde o início, pode-se imaginar que esta galeria de retratos pode estenderse a todo o percurso do artista, Mauro Fainguelernt, de acordo com seus encontros, no escopo do seu método de trabalho. Entretanto, como veremos, isso não é tudo.

Este artista, escultor e fotógrafo, já conhecido no meio das galerias, decidiu, desta vez, apontar suas lentes para os principais atores do mercado das artes, escolhendo-os de acordo com o grupo sociocultural a que pertencem. esta série de fotografias foi feita a partir de um trabalho sobre os índios do Brasil. Neste contexto, não se pode deixar de pensar em um estudo antropológico do universo das artes.

Como uma obra dentro da outra, essas fotografias mostram ao mercado das artes o seu próprio reflexo. Sem propor uma resposta a todas as perguntas possíveis e sem criar polêmicas específicas, este trabalho possibilita uma auto-análise e uma reavaliação do meio das artes, num momento bastante pertinente.

Quem são os atores? Com quem eles se parecem e como eles se epresentam? Quais são as posições e as atividades exercidas? O que a um procura dentro deste sistema? Quais são as responsabilidades ligadas a este ofício? Será satisfatório o desenrolar atual do mercado? Quais são os seus defeitos e qualidades? O momento não é propício a tentar encontrar respostas, ou melhor dizendo, as respostas corretas, mas não há dúvida que é a isto que este trabalho aspira. suscitar introspecção.

o que parece bastante pertinente num momento em que, após o crescimento excepcional dos mercados, das bienais, dos artistas, da circulação e das trocas, o meio das artes passa por um esgotamento, um enfastiamento, provocados também pela globalização (o que, em si, não é uma novidade) e talvez pela própria sociedade. Numa sociedade da imagem e do espetáculo, torna-se cada vez mais delicado pensar, e lidar com as artes plásticas e visuais.

Este trabalho pode parecer banal, pois o artista reutiliza um método clássico de fazer o retrato: o sujeito com um objeto ou um elemento que o caracterize, em algum ponto do enquadramento. O artista simplesmente pediu que cada pessoa escolhesse, no momento da fotografia, o objeto diante do qual gostaria de ser fotografado. O resultado são fotos que revelam os gostos e tendências de cada um, além de sugerir características palpáveis, pelo olhar, pelas poses, pelas expressões. Além de coerência interna, cada imagem tem uma composição muito equilibrada. São fotos perfeitas e agradáveis.

O título pode provocar uma certa preocupação: "As teias do Mercado" ostra o meio das artes como uma rede, fazendo também referência uma teia de aranha grudenta e perigosa, não só por causa da esença implícita de uma aranha esfomeada, mas também por sa da fragilidade da teia.

o que parece bastante pertinente num momento em que, após o crescimento excepcional dos mercados, das bienais, dos artistas, da circulação e das trocas, o meio das artes passa por um esgotamento, um enfastiamento, provocados também pela globalização (o que, em si, não é uma novidade) e talvez pela própria sociedade. Numa sociedade da imagem e do espetáculo, torna-se cada vez mais delicado pensar, e lidar com as artes plásticas e visuais.

Nesse intercâmbio de papéis, o dono da galeria torna-se sujeito da obra e a obra torna-se espelho. O que acontece com o artista? Esta encruzilhada pode provocar uma série de situações barrocas e pósmodernas, cheias de reflexos, semelhanças, identificações e jogos.

C. Marto

Lisboa, novembro de 2004

As imagens e a preservação de arquivos digitais

Mauro Fainguelernt

Resumo

O artigo tem como objetivo problematizar a presença das imagens na contemporaneidade e a preservação e conservação destas em arquivos digitais, exemplificados por fotografias digitais, imagens em movimento; ou seja, um campo abrangente exemplificado por uma grande diversidade de mídias e informação digital no qual a arte atua na contemporaneidade. Desta forma, este trabalho aborda questões teóricas e práticas; e tem como inspiração inicial a recuperação de um HD externo danificado contendo um numero significativo de imagens e pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo professor Mauro Fainguelernt. A recuperação e o resgate de imagens e de arquivos digitais contaram com a parceria da empresa de recuperação de dados CBL, empresa especializada e atuante no segmento de recuperação de arquivos digitais. As informações digitais passam a se constituir como parte integrante de praticas de produção da arte na contemporaneidade assim como um importante arquivo de memória cultural. Desta forma pensamos ser apropriado e significativo um olhar direcionado para a relação entre a produção, armazenagem e conservação, recuperação de imagens digitais.

Palavras-chave: Conservação, Recuperação de dados digitais, Imagem, Arte.

O artigo pretende desenvolver um estudo acerca da importância das imagens e sua conservação em arquivos digitais. Abordando o desenvolvimento e o uso das imagens na nossa sociedade aliada às políticas de conservação e preservação. Desta forma tomamos como base deste estudo a recuperação de imagens fotográfica, fílmicas e outros arquivos contidos num Hard drive (HD)defeituoso. Esta recuperação dos dados contou com o apoio da empresa CBL de recuperação de dados. A recuperação e conservação de dados digitais tornaram-se uma preocupação de artistas, conservadores e restauradores de obras de arte. Tendo em vista que os mesmos são responsáveis pela criação e conservação de uma vasta memória cultural. Atualmente constatamos uma grande preocupação com relação a preservação dos arquivos digitais para que estes possam ser acessados pelas futuras gerações. A preservação de documentos digitais vem sendo objeto de discussão e levantamento em conjunto da IFLA e da UNESCO para a construção de um projeto sobre digitalização e preservação. Com isso, pretende-se abordar sobre como esses órgãos discutem o assunto com base no documento: IFLA / UNESCO Inquérito sobre Digitalização e Preservação. Pois as tecnologias de informação e produção digital se transformam e se desenvolvem com grande rapidez.

O arquivo, desta maneira, expõe a necessidade de guarda e conservação de bens culturais, sejam estes, documentos ou imagens que expõe acontecimentos passados e constituem possibilidade de acesso a significativas memórias culturais.

O duplo sentido da palavra arquivo arkhê que significa começo, comando (arconte, aquele que comanda) evidencia uma verdade social e histórica entre o poder e o arquivo (Derrida, 2011, p.87).

A relação de poder com o arquivo, nos coloca diante de grandes desafios. De como conservar a integridade destas memórias codificadas digitalmente? Como tornar o acesso à informação de forma democrática, preconizando o interesse público e a conservação dos documentos e arquivos digitais?

À medida em que nossa sociedade gera cada vez mais informações digitais. Novos equipamentos são desenvolvidos para dar conta da imensa quantidade de informação. Grande parte dos equipamentos ficam obsoletos rapidamente. Dai a importância de copiar os arquivos digitais para outros equipamentos. Sendo que este procedimento de migração da informação digital para outros equipamentos de armazenamento de informação mais modernos torna-se uma pratica recomendada que devera ser sistematicamente realizada. Atualmente grandes provedores ofertam no mercado, um espaço virtual de memória. Ou seja, a capacidade de armazenamento aumenta exponencialmente o risco de perda de grandes quantidades de informação. Como consequência, da necessidade de preservação de dados digitais e os custos que estão em jogo, observamos o crescimento de um mercado comercial que disponibiliza e vende espaço para a guarda de arquivos e memórias.

Políticas de conservação digital estabelecem modelos de atuação. Seja pela utilização de copias (“Back up”) dos arquivos, assim como a reatualizarão (migração) dos dados para outros equipamentos (hardwares). Fato este que implica em constante investimentos em tecnologias e novos equipamentos para conservar grande parte do patrimônio digital digitais. As práticas artísticas na contemporaneidade utilizam processos de criação através de meios digitais. Como a fotografia digital, o cinema e o vídeo. Técnicas e procedimentos de criação que geram uma grande quantidade de memória. Os modernos equipamentos profissionais de captura de imagem utilizados na fotografia e no cinema vem se desenvolvendo nas ultimas décadas com grande velocidade e conferem grande qualidade de definição a imagem produzida. Demandando cada vez mais, espaço de armazenagem de arquivos. Pois os arquivos estão cada vez mais pesados.

Presenciamos também processos de produção e criação que misturam suportes materiais (analógicos) e processos digitais. Como por exemplo, as imagens fotográficas que são geradas analogicamente através de películas fotossensíveis (filmes analógicos) e posteriormente escaneadas e tratadas por softwares que irão gerar um novo arquivo. Desta forma o resultado da imagem fotográfica contempla um processo hibrido de criação artística. Que resulta na necessidade de armazenagem de um arquivo digital, que passa a desempenhar um importante papel enquanto matriz.

O filosofo Walter Benjamin em seu ensaio A Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica aborda as questões relativas a reprodutibilidade técnica do objeto de arte. Reprodutibilidade que já era presente na antiguidade através das técnicas da cunhagem de moedas, da xilogravura e pela escultura em Bronze. Benjamin (1985). Tanto a cunhagem de moedas como na xilogravura, o artista/artificie produz uma matriz que é usada na reprodução em outro material. Na xilogravura estas matrizes são escavadas na madeira. Com a invenção da fotografia, a obra de arte passa a ser reproduzida de maneira nunca antes vista com o auxílio das matrizes fotossensíveis (negativos)

Atualmente a criação e geração de imagens é pratica disseminada através de uma aceleração e compressão do tempo e do espaço a partir das tecnologias digitais. Constituindo-se como uma dimensão miniaturizada, onde a informação e a imagem equivalem a uma matriz alfanumérica. O que antes era visível e material, pelos documentos em papel, negativos fotográficos e pela tridimensionalidade dos sais de prata é hoje comprimido e codificado em informação, através de uma conjugação de engenharias que reduziram e controlaram os impulsos elétricos a níveis microscópios (Fainguelernt, 2010). A imagem impressa sobre o papel vai sendo substituída e se desloca para ser vista em monitores, através da projeção de feixes de luz em diversos tipos de gadgets, celulares, câmeras e monitores de segurança. Desta maneira estes negativos possibilitavam a reprodução de centenas de fotografias sobre diferentes tipos de suportes, através de diferentes processos fotossensíveis. Como o papel fotográfico sensível a luz e posteriormente revelado. Estes negativos seriam como estas matrizes que mencionei no parágrafo anterior. Só que são matrizes de informação. Facilmente de serem geradas pelos modernos equipamentos fotográficos e filmograficos, mas que exigem uma organização e conservação.

O Filósofo Vilém Flusser problematiza a questão da presença da imagem na sociedade contemporânea, destacando a relação da cultura com as imagens técnicas. Através de seu ensaio A Filosofia da Caixa Preta, ele tece importantes considerações sobre a utilização da imagem, e considera a maquina fotográfica como um exemplo de aparato que já vem com uma programação definida, convidando-nos a pensar em novas maneiras de nos posicionarmos em relação aos códigos presentes na imagem. Para o filosofo a comunicação exerce um importante fator na constituição da realidade construída pelo homem. Ele identifica como bases e parâmetros dessa comunicação três possibilidades de codificação: a imagem, presente desde a pré- historia; a escrita, dominante desde a modernidade; e a tecno-imagem, essa última detectada como produto da contemporaneidade. Desta maneira Flusser enfatiza o fato de a humanidade ser programada por imagens desde os primórdios antes do advento da escrita.

O fato de a humanidade ser programada por superfícies (Imagens) não deve ser considerado uma nova proposta revolucionária. Ao contrario, isto pode significar retorno as origens primitivas. Antes da invenção da escrita as imagens eram um decisivo meio de comunicação. Dado que a maioria dos códigos é efêmera, tais como a palavra falada, gestos, a musica, nós dependemos da imagem para decifrar o significado que o homem tem dado tanto para as suas realizações como para as suas dificuldades, desde os tempos de Lascaux até os azulejos contemporâneos. [...] (FLUSSER, 2002, p.36)

A presença constante das imagens na atualidade, contudo não representa um retrocesso ao período iletrado, posto que as superfícies pós-modernas se diferenciam das imagens pré-modernas. Essas ultimas eram geradas a partir do talento individual e artesanal que dava a origem a obra de arte, enquanto as outras seriam produtos da tecnologia.

Flusser procura problematizar o conceito de código como um sistema de símbolos, cujo objetivo é tornar possível a comunicação entre as pessoas e a aproximação do homem com o mundo em sua busca por sentido; em qualquer código, pode -se inferir a presença humana. Essa codificação seria justificada em função da necessidade de uma ordenação do mundo manifesta na comunicação. Pensarmos sobre a codificação das imagens leva-nos diretamente a necessidade de criarmos mecanismos de acesso a estas imagens. A grande maioria dos usuários de equipamentos digitais desconhece o funcionamento interno dos mesmos, sendo estes comparáveis a verdadeiras caixas pretas, objetos que desempenham sua função, que já vem codificados de fábrica e que não temos acesso ao interior de seu funcionamento.

Políticas de conservação dos arquivos digitais são constantemente revistos afim de garantir a sobrevivência de importantes documentos para a memória cultural. Estabelecer políticas de guarda e manutenção no âmbito das instituições publicas e privadas são amplamente reconhecidas e necessárias. Entretanto observamos uma falta de conhecimento por parte do usuário, que utiliza um equipamento de armazenagem para guardar seus dados. Muitas vezes, o usuário comum pode ter o conhecimento intuitivo de ter uma cópia (Back up) de seus arquivos em outro equipamento. Faltando a este, a devida informação dos possíveis danos e problemas que podem estar envolvidos no manuseio e conservação destes equipamentos. Conservação esta que implica nas condições de temperatura e umidade nas quais o equipamento trabalha ou esta acondicionado.

Pensarmos a manutenção da informação digital implica uma mudança de postura. Pois o objeto a ser preservado, de certa forma é impalpável. Ele se materializa em informação alfa numérica, e demanda uma mobilidade, em decorrência do deslocamento dos dados de um equipamento para outro. Como característica fundamental, a preservação de arquivos digitais demanda condições de uso adequadas do equipamento e a utilização de periféricos e componentes de boa qualidade. A fonte de entrada de energia é um dos componentes que causam grandes problemas, na medida que o uso inadequado de uma outra fonte pelo usuário usar uma fonte diferente da requerida pelo equipamento, acarretara a queima de componentes da memória. Desta forma, faz-se necessário a utilização adequada das fontes de energia e suas respectivas voltagens. A utilização de estabilizador de voltagem é um dos artifícios para minimizar as alterações de voltagem e a descontinuidade repentina do funcionamento dos equipamentos digitais. Podemos exemplificar como uma das causas prováveis da perda de dados e o mau funcionamento do HD externo, exemplificado no início deste artigo; a utilização de uma fonte de alimentação imprópria. Ou seja, foi utilizado o transformador de outro equipamento (laptop) com uma voltagem diferente. A fonte padrão para ser utilizada nos HD externos normalmente possuem uma especificação própria no verso, entretanto por um equivoco foi conectada uma outra fonte de energia de um equipamento (Laptop) que estava junto a memória externa. Outro dano recorrente nas memórias externas é de ordem mecânica. Que pode ocorrer em decorrência de uma queda ou da utilização dos mesmos em movimento. Estes fatores corroboram para danificar componentes como o disco rígido ou a agulha de leitura do aparelho.

Dentro de algumas políticas adotadas a fim de sistematizar os procedimentos de conservação e preservação de patrimônio digital, destacamos a iniciativa da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas (IFLA). A IFLA vem desenvolvendo a cooperação e ações de preservação para os acervos das bibliotecas. Tendo atuado na criação do Programa Núcleo de Preservação e Conservação (PAC) em 1984, durante um encontro realizado em Nairóbi, porem sua efetivação se deu em 1986 em Viena. O PAC foi concebido com o intuito de garantir que as bibliotecas e arquivos tenham preservados seus materiais publicados ou não publicados, em todos os formatos acessíveis por tanto tempo quanto possível. Outra importante iniciativa, da Disponibilidade Universal das Publicações (UAP) é melhorar o acesso ao material, seja em qualquer formato, lugar ou tempo.

A preocupação da UNESCO/IFLA é criar um registro mundial de herança cultural que abrange uma larga escala internacional em sua “Memória Mundo”, sendo que seu objetivo final é auxiliar vários países na preservação dos seus respectivos patrimônios documentais. Sendo que a preservação dos documentos e coleções são princípios fundamentais de sua ação.

O projeto Memória do Mundo, foi responsável pelo o interesse da UNESCO/IFLA em realizar a pesquisa sobre digitalização e preservação. Tal realização se deve à urgência em registrar a existência do patrimônio cultural em bancos de dados. Outro projeto de suma importância é “Memória perdida”, projeto onde são inventários das coleções de biblioteca e explorações de arquivos que sofreram danos irreparáveis, desde o inicio do Sec. XX. Outro banco de dados é “Memória em perigo” que mostra uma lista mundial de bibliotecas que correm risco de serem extintas, por sua natureza frágil.

Considerações finais

A preservação de arquivos digitais constitui-se como um grande desafio, possuindo sua especificidade no que tange as suas características singulares se comparados com a preservação e conservação de objetos e suportes analógicos. Suportes que de certo modo são responsáveis pela transmissão da memória. Desta forma é necessário constituir protocolos que contribuam para a utilização correta e o bom funcionamento dos hardwares de armazenagem. Assim como estabelecer procedimentos de manutenção de copias e da migração da informação constituinte dos arquivos digitais para outros equipamentos. Para alcançarmos a preservação da informação digital, é necessário aplicação de métodos complexos que se renovam em função das novas tecnologias a fim de possibilitar que a informação digital tenha uma permanência estável, contínua, acessível e confiável.

Referências Bibliográficas

BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Era da reprodutibilidade técnica. In: Magia e técnica, Arte e Política: Ensaio sobre a Literatura e de História da Cultura (Obras escolhidas,v. 1, 13 ed). São Paulo: Ed Brasiliense, 2011.

DERRIDA, J. Mal de Arquivo: uma impressão freudiana. Trad. Cláudia de Moraes Rego. Rio de janeiro: Relume Dumará, 2001.

FAINGUELERNT, Mauro. Dissertação de Mestrado A Fotografia Pinhole; Representações e Multiplicidade Imagética. Defendida em 2012/UFRJ.

FLUSSER, Vilém. A Filosofia da caixa preta. São Paulo: Editora Hucitec, 1985.

-------------------. O Universo das imagens técnicas. São Paulo: Editora Annablume,2008.

CORREA, V. F. Patrimônio Arquivistico digital - Práticas memoriais de preservação digital dos arquivos públicos no Brasil- Tese de Doutoramento Unirio, 2017.

Iminências Pardas

Biología, existencia y vida. Dicotomía de los que se encuentran en la dinámica de la traslación, del movimiento, de la transformación de la historia. Amenaza de desaparición.

Un nuevo mundo se avecina, pero, también, un cambio de concepto. Lo uno sin lo otro no tiene explicación. Mauro Fainguelernt presenta instalación y colección de fotografías de diferentes tribus indias de Brasil. Mezcla de tipos de gentes, superposición de fotografías de variados seres, que conforman uno nuevo, abstracto, universal. Son ellos y somos nosotros. Fotografías de panales de miel, abejas, orden y sociedad, biología y vida. Somos vida animal, somos existencia salvaje. Los animales son ordenados y también nosotros.

Retratos hiperrealistas pero obscuros, casi de nueva figuración. Otros más claros, como descriptivos, volviendo a los orígenes, a la fabulación de quienes somos y adonde vamos. No nos encontramos pero persistimos en la búsqueda. Retratos que son rostros, que constituyen la explicación de los enigmas, de quienes somos y nos miramos a través del espejo.

La cuestión estriba en atravesar el espejo para ver lo que hay dentro, para bucear en el marasmo de la atracción, para encontrar, hallar, divulgar, exhalar, acoplarse... Volvemos a la vida biológica, a la necesidad de comer para existir. Animales, indios, animales y la sociedad occidental, culturas distintas, mismas pautas, aunque escenarios diferentes. La aportación de Mauro consiste en ser coherente con la realidad que nos envuelve para distanciarse y ver la auténtica profundidad del ser, que es el estar en la línea de la existencia.

Existir como acto dramático supremo, que nos da coherencia y nos calma hasta la saciedad, porque todos somos actores del guiñol universal.

Joan Lluís Montané. De la Asociación Internacional de Críticos de Arte

O Corpo Do Espaço

A escultura é a arte do espaço mas também da matéria bruta, concreta. O mármore de Rodin e Brancusi. A madeira de Krajcberg.

Após trabalhar com diversos materiais, Mauro Fainguelernt encontrou no bronze seu campo de trabalho. Criou algumas peças que revelam as formas possíveis da tridimensional idade, acrescentando às variações geométricas o jogo da luz e dos espaços vazios. O resultado foi a leveza, mais do que a busca da bela forma.

Até porque é no objeto que Fainguelernt prefere focar sua atenção. Mas é a levezae não o objeto - que permanece como tema, na medida em que foi sendo mais e mais explorada, como mostram as séries dos violinos e dos vestidos. Nessas obras, a escolha do bronze expõe todo o seu sentido.

Os violinos são torcidos, retorcidos, vazados e reinventados, transformados de instrumento musical em compositores de espaço. Não é tanto o violino que parece importar, inspirar o artista, mas a maneira como ali ele toca o bronze.

E é dentro dessa perspectiva que ele deve também tocar o espectador. Claro que, ao percorrer uma exposição, o olhar vem sempre saturado de referências. Algumas são mesmo trazidas pelo próprio objeto: o lmiverso da música permanece no ritmo e nas linhas, fazendo do instrumento o mote de improvisos e variações. As peças de parede, em especial os --Instrumentos da graça", são as que mais trazem à tona esse aspecto musical. Outras referências se inserem nas obras como diálogo: as bem-humoradas homenagens ao cubismo dos '13ric-à-Braque", nas quais a desconstrução e a repetição da forma do violino ou de alguns de seus elementos, tais como arcos, braços, caixas de ressonância, vão repercutindo na criação do espaço. A essa operação vão se acrescentar, em peças como "Noite transfigurada" e "Instrumentos com cor", brilho e jogo cromático, seja pela incidência da luz, seja pelo tratamento dado ao metal. Mas essas referências estão ali para serem esquecidas, para que se deixe o olhar percorrer no vazado, no vazio, a possibilidade da visão do espaço infrnito que, no dizer de Jean Genet a respeito de. Giacometti, cada objeto cria para si. É neste ponto que reside, a meu ver, o toque do bronze de Mauro Fainguelernt.

Seus "Violinos a céu aberto" concentram esse gesto de trazer o espaço infrnito para dentro da estrutura da obra.

A série dos vestidos leva mais além. Aí as referências são seculares. A primeira que vem à mente é, obviamente, Degas, pela temática do "Corpo de baile". Pode-se apreciar, nos vestidos, o cuidadoso trabalho com a textura, o caimento, o movimento e a sensualidade que a presença de um corpo ali imprimiria. Mas pode-se vislumbrar também, na ausência proposital da figura humana, o vasto universo de sutis referências às obras primas mutiladas e fragmentadas da Antiguidade. O que é, para nós, a Vitória de Samotrácia senão um puro movimento no espaço, sem rosto, sem braços, apenas um busto e alguns drapeados? A variedade dos vestidos de Mauro Fainguelernt encontra sua originalidade também nesse ponto. Não são vestidos arrumados, à espera de um corpo, mas marcas concretas e impregnadas de inumeráveis formas possíveis do corpo no espaço. E da matéria que molda o espaço para si.

Essa exposição poderia se chamar "Convite ao baile de corpo ausente".

Instrumentos sem instrumentistas, vestidos sem manequins. Mas é que ela não pretende retratar nenhum outro universo para além do escultural. É que ela vem, mais uma vez, nos revelar que o que move a escultura é abraçar o espaço como um corpo, e não apenas projetá-lo em imagens e miragens possíveis.

Angela Leite Lopes

Doutora em Filosofia (Universidade de Paris I - Panthéon-Sorbonne) Vice Diretora da Escola de Belas Artes da UFRJ

O Eco Dos Objetos

Danos hoy nuestra hambre de cada día

Gaston Bache1ard

En un verdadero artista siempre hay alga de profeta al elegir un material; algo que es más que un mensage _ un despertador quizás algo en que Fainguelernt recoge, hecho tema, algunos de los ojos del mundo para, entre las manos, dejarlos llorar...

La crítica es el intento de la palabra de llevarnos más allá, de aproximarnos a la obra de arte, de amp1iar la conciencia, e inducir en nosostros un alino, una sintonia qUe permita de algun modo, acercarse a esa comunión de espíritu y de materia qUe se batía en e1 artista en el momento de la creacion.

La critica no es una autosuficiente y paralela dec1aracion de valor; es essencia1mente indexical y metafórica. Es la presentacion y no la representacion. Su fin no es decir ni juzgar, es el dedo que senala, que induce y qUe calla.

Fainguelernt...

aqui no es que no haya pajaritos, es que los hay mas alla de las jaulas. No es que no haya rojo e a1imento en la propia sangre... es que ésta se meta1iza en el carcel, se oXida y envenena el alimento, por empezar de los ninos...

Y tambien están las torres de libros sin puertas- qUe uno lleva cOnsigo. Y los biencuidados y trabajados sillones en que no hay descanso ni siesta. Ellos arrumbados sabre una tierra Virgen, fertil, y muerta. Pero no solo ellos...

Monumentos a la tranca que cierra la saida, el carton endurecido, a los Pioanos desdentados, a las camas traicioneras... Dormir en alcancías que se hundem, entre redes más amistosas, pero que no dejan de ser trampas ... y qUe algunas veces estallan ev se abren, otras se cierran y dejan ver sótanos profundos, vacíos hondos... Camas qUe se escapan de la muerte hacia otros planos.

No es al reino de las comerciales mamaderas, ni al de los teléfonos al qUe apuntan ... Otros son los alimentos,otras formas de comunicacion , otros los pinceles, otros los colores, otros los espacios.

Una sed de eso otro que invoca la advertencia: todo se mineral y mineral...

Un extremo es Piet Mondrian; La progressiva huida del icono, el pintar formas abstractas y juegos de collores, el dejar de lado la mímesis de una realidad oblicua para refugiarse en la traicionera fascinacion de la seguridad matematica y formal.

El otro es bien el hiper-realismo de la reconstruccion exhaustiva e asquerosamente detallista de lo cerdo y lo burgues; o bien Warhol Y el insultante y profanador re-poner en el lugar de arte, el kitsch, la cosa pop, la basura cotidiana...

Hallo qUe lo de Mauro es más valiente. Lo suyo no teme tomar e1 frio con las manos -frio que también parece no tocarlo -pero qUe se da de algún modo un lugar en el interior ... y qUe se devuelve escueto quasi sin palabras, en mensajes concisos y crudos, en llantos sin lágrimas, en amarguras que a pesar de todo, no terminan de caer en la desesperanza.

Mauro genera corazas Y las exorciza; devuelve el recuerdo de la piela a los trajes extra-terrestres que soportamos Y qUe se nos vuelven costumbre, al transitar la metamorfosis que nos ha hecho extraños en nuestro propio p1aneta ...

Una referencia palída, parca. Sin ocultamiento pero sin escándalo, sin cortesía ni demagogia. Objetos encontrados -selecionados con distancia -representados en el intento de la metáfora: llevarnos más allá.

En fin: un conjunto de Parabolas que invocan austeras, los ecos también lejanos de la vida... un conjunto de parábolas, bien hechas .

.Jorge Rivas

Cursos

A imagem na era da reprodutibilidade técnica atinge um alto grau de inserção no cotidiano, sendo a fotografia a mola e alicerce deste fenômeno. Traduzir o real ou construir uma imagem visual através da mesma tornou-se algumas das estratégias realizadas por fotógrafos e artistas ao longo da história da arte. Espaço, Tempo e Memória são três dos conceitos desenvolvidos nas nossas atividades em sala de aula.

Fotografia e Artes Visuais

Objetivo Construir uma linha do tempo que tem como origem as primeiras técnicas de reprodução da imagem até o nascimento e desenvolvimento das técnicas fotossensíveis. Realizaremos várias experiências praticas através do desenho, fotografia artesanal, analógica e digital . Através da construção de diversas câmeras e óticas artesanais e experimentação do equipamento digital o aluno terá um maior domínio sobre sua ferramenta e ao mesmo tempo iniciar seu projeto de pesquisa temática, buscando um ponto de interesse a fim de criar um corpo de trabalho.

Turma 1 - início 23 de Março 3as feiras 19:00 às 21:30h Turma 2 - início 18 de Março 5as feiras 19:00 às 21:30h 12 aulas (3 meses) - R$140 x 3

Fotografia e Arte - do Pin hole ao Digital Crianças e adolescentes a partir de 9 anos Objetivo Iniciação em arte e fotografia através de experimentação com vários materiais e técnicas, com ênfase na fotografia pin hole. Início 19 de Março Turma 1 6as feira 9:00 às 11h Turma 2 6as feiras 14:00 às 16:00h 8 aulas (2 meses) - R$140.00 x 2 Turma 3 (início 3 de abril) primeiro sábado de cada mês 08:30 às 12:30h R$60 por aula

Escolinha de Arte do Brasil Av. Carlos Peixoto, 54 ao 60, Botafogo (em frente ao shopping Rio Sul) Tel.: 7564-7666 / 2295-4898 email: maurofaing@gmail.com

Escultura

Cursos O estudo, a análise e a apreciação da arte podem contribuir tanto para o processo pessoal de criação dos alunos como também para sua experiência estética. O ponto de contato e início das atividades se dá através da realidade dos alunos, que desenvolverão seus conhecimentos estéticos e competência artística nas diversas linguagens da área de Artes Visuais, com isso compreenderem a arte não apenas como objeto, mas como campo de produção de sentido. Iniciação artística Objetivo Introdução de técnicas da expressão artística (desenho, pintura, escultura, gravura e fotografia), através de exercícios com uma abordagem na historia da arte a fim de desenvolver a linguagem, percepção e expressão de cada aluno. Turma 1 (Jovens) - início 23 de Março 3as feiras 09:00 às 11:00h Turma 2 (Adultos) - início 18 de Março 5as feiras 08:30 às 10:30h 8 aulas (2 meses) - R$140 x 2

Arte para arte educadores Objetivo Introduzir técnicas e estratégias de condução da atividade arte educadora. Ministrado em módulos, oferece aos arte educadores a oportunidade de aprender e vivenciar o seu próprio processo através da fotografia (pin hole), escultura, pintura e desenho com ênfase em dinâmicas que utilizam-se de conhecimentos interdisciplinares.

Início 9 de Abril Turma 1 6as feiras 18:00 às 21:00h 12 aulas (3 meses) - R$200 x3 Escultura Objetivo As diversas modalidades de construção de esculturas e objetos tridimensionais, conhecer os materiais: da cera, argila ,madeira. Técnicas de solda e fundição de metais, resinas. Formas e produção (gesso e silicone). Início 7 de abril 4as feiras 18:00 às 21:00h 8 aulas (2 meses) - R$160 x2

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